Morte de artista alagoano abala comunidade teatral do Estado; veja depoimentos

Agendaa 5 de maio de 2015

A notícia do falecimento do ator, diretor e cenógrafo alagoano Erisvaldo Maximiano, encontrado morto em seu apartamento no Rio de Janeiro (a causa da morte ainda não foi esclarecida), chocou na noite de ontem a comunidade artística alagoana.

Nos últimos 10 anos, Eris, como era conhecido, participou como ator, diretor, cenógrafo e  iluminador de montagens memoráveis do Teatro Alagoano – como na primeira versão de A Farinhada, (no papel de Macamande),  e em Baldroca (na pele do personagem Targino). Aos 36 anos, Eris trabalhava na Fundação Nacional das Artes (Funarte), função que conciliava com seus trabalhos nos palcos alagoanos.

Veja abaixo depoimentos de personalidades do Teatro Alagoano sobre o legado de Eris:


 Ivana Iza, atriz.

“Eris era meu irmão, parceiro e o olhar mais crítico sobre o meu trabalho. A ausência do Eris é uma lacuna, ele seria o padrinho do meu filho e era meu companheiro de projeto. Além da falta do amigo, sua ausência profissional é uma perda sem precedentes para o Estado. Afinal, além de extremamente ativo, Eris era um grande cenógrafo, iluminador sensível e competente, enfim, uma pessoa de luz. Como atriz, sua perda me deixa completamente desamparada”.

 

 Carmen Dantas, muséologa.

“Eris fazia um trabalho maravilhoso e isso todos podiam conferir no teatro. Minha aproximação maior com ele, contudo, era com o ser humano. Ele era uma pessoa admirável, sempre muito gentil e com um papo muito agradável na área cultural, impressionando sempre pelas novidades que trazia. Vai fazer muito falta”.  

 

 Homero Cavalcante, diretor e professor de Teatro da Ufal.

“A nova geração do teatro alagoano tem nomes importantíssimos em renovação, competência, talento, generosidade, amor, tudo o que o Eris representava. Ele partiu jovem demais, o que nos deixa atônitos. É um choque muito grande. Prefiro acreditar que ele não se foi, deve estar na coxia do teatro preparando algo de bom pra gente. Pessoas boas não morrem jamais”.

 

René Guerra, cineasta.

“Eris é um irmão artístico, uma das pessoas mais queridas e que mais produziram no Estado de Alagoas. Mesmo trabalhando no Rio de Janeiro, na Fundação Nacional das Artes (Funarte), estava muito conectado à cena teatral alagoana, seja dirigindo espetáculos ou fazendo iluminação em Maceió. Deixa como principal legado sua alma artística, sua doçura e força. Tivemos a sorte  e a honra de trabalhar com ele. Sou muito grato à vida por ter tido ele como parceiro de trabalho”.


 Nilton Resende, ator, diretor e dramaturgo na Cia Ganymedes.

“Eris era um perfeccionista, um artista exigente. Lembro-me de quando a Fátima Farias, comentando sobre seus projetos de iluminação, constatou sua preocupação com os mínimos detalhes, medindo centímetro a centímetro cada foco de luz. Era sério, rigoroso, porque considerava a arte com seriedade e rigor, como algo que pedia entrega, às vezes até a exaustão”.


 Alex Walker, ator (Cia Joana Gajuru) e designer Gráfico.

“Em O Breu da Caçupemba, que Erisvaldo digiriu, convivemos quase um ano diariamente, entre idas e vindas do Rio a Maceió, com direito a risadas, alegrias, broncas, conselhos e uma relação de muita confiança. Guardo dele o grande sorriso e seu conselho de que “menos é mais”. Sou grato pela confiança, pelo aprendizado e pela importância do resultado que o espetáculo alcançou em minha vida e na história do Teatro Alagoano. Adeus, Axé e Namastê, frase que sempre usávamos em nossas despedidas”.

 

 Silvana Valença, Jornalista e Produtora Cultural.

“Feliz de quem um dia pôde trabalhar ou conviver com Eris. Ele era raro. Um super profissional sério e dedicado. Leve e doce, mas seguro do que queria. E ele passava essa segurança para todos. Sabia conduzir processos de construção de espetáculos. Foi nosso parceiro em  projetos importantes, como o show Memória da Flor, em que fizemos o lançamento do CD de Júnior Almeida, e a segunda fase de Fulaninha e Dona Coisa.  Eris sabia lidar não só com  luz. Sabia lidar com gente. E isso, tenho certeza, é para poucos”.


 


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