7 personagens de Paulo Gracindo que imortalizaram o ator homenageado na orla de Maceió

Agendaa 15 de julho de 2017

Odorico Paraguaçu, Coronel Ramiro Bastos, Tucão, João Maciel, Padre Hipólito, Alberto Figueiroa, Primo Rico…

Paulo Gracindo, ator que deu vida aos personagens acima e morreu há quase 22 anos no Rio de Janeiro (4 de setembro de 1995), está de volta a Alagoas – ao menos bem representado pela estátua de bronze inaugurada nesta sexta na Orla da Pajuçara.

Filho do político alagoano e intelectual Demócrito Brandão Gracindo, ele nasceu, na verdade, no Rio de Janeiro – mas veio ainda bebê para Alagoas, que considerava sua terra natal.

Apesar do seu interesse precoce em Maceió pelo Teatro, o ator, cujo verdadeiro nome era Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, precisou esperar a morte do pai (que o proibia de seguir sua paixão pelos palcos) para tentar a vida no Rio de Janeiro, onde chegou a dormir na rua e passar fome antes de ingressar na então prestigiada Companhia de Teatro Ginástico Português, graças ao namoro com a filha de um português na capital carioca.

Após participar de grandes companhias de teatro no Rio nos anos 1930 e 1940, o ator, já com o nome artístico Paulo Gracindo, ficou famoso em todo o país graças a programas na Rádio Nacional, de radionovelas como O Direito de Nascer e no humorístico Balança Mas Não Cai, onde interpretava o “Primo Rico” no quadro Primo Pobre, Primo Rico, ao lado de Brandão Filho (que décadas depois ganharia uma versão na TV).

Abaixo, sete personagens interpretados por Gracindo (clique para ver cenas) que marcaram a história da dramaturgia brasileira. 

1 – Odorico Paraguaçu, O Bem-Amado (clique aqui para ver cena)

O papel de prefeito de Sucupira na primeira telenovela produzida em cores na Rede Globo, O Bem-Amado, de Dias Gomes, transmitida entre janeiro e outubro de 1973, consagrou Paulo Gracindo nacionalmente como um dos maiores atores do país. Na novela, Gracindo imortalizou a figura do típico político corrupto e cheio de artimanhas Odorico Paraguaçu que tinha como meta principal inaugurar o novo cemitério da cidade – projeto sempre adiado para seu desespero pela falta de um defunto.          

 

2 – Coronel Ramiro Bastos, novela Gabriela (clique aqui para ver cena)


Exibida entre abril e outubro de 1975, a telenovela Gabriela, que tinha Sônia Braga no papel principal da telenovela baseada no livro homônimo de Jorge Amado, teve Paulo Gracindo no papel do temido coronel Ramiro Bastos (interpretado na última versão televisiva da novela em 2012 por Antônio Fagundes). Graças ao papel, Gracindo ficou também muito conhecido em Portugal, onde a novela foi um dos grandes sucessos da RTP 1 ao ser transmitida em 1977. 

 

3 – Tucão, novela Bandeira 2 (clique aqui para ver cena)


Escrita também por Dias Gomes e exibida entre 1971 e 1972 (antes de O Bem-Amado), Gracindo já havia conquistado o país no papel de Artur do Amor Divino, o poderoso bicheiro Tucão, que disputava os pontos do jogo na Zona Norte da cidade com seu rival Jovelino Sabonete – em enredo cujo elenco contava com Marilia Pera, Grande Otelo, José Wilker, Ary Fontoura, entre outras.   

 

4 – João Maciel, novela O Casarão (clique aqui para ver cena)


Na telenovela da Globo que acompanhava a decadência de uma propriedade de cafeicultores paulistas em três épocas distintas (1900, de 1926 a 1936, e 1976 ), Gracindo interpretou João Maciel na última fase da novela – tendo seu filho Gracindo Júior, que esteve em Maceió nesta sexta para a inauguração da estátua do pai na Orla da Pajuçara, feito o personagem na fase mais jovem). O amor revivido entre João Maciel e Carolina Galvão de Sousa (interpretada por Yara Cortês) marcou a novela.

 

5 – Padre Hipólito, novela Roque Santeiro (clique aqui para ver cena)


Após ter tido sua primeira versão censurada em 1975, a telenovela de Dias Gomes exibida em nova edição na Globo entre junho de 1985 e fevereiro de 1986 tornou-se um dos maiores sucessos da televisão brasileira – na exibição do seu último capítulo, as ruas de Maceió ficaram praticamente desertas. No enredo, Gracindo interpretou o conservador Padre Hipólito, que queria manter a farsa do mito de Roque Santeiro na cidade fictícia de Asa Branca (mesmo após saber que ele estava vivo) e se contrapunha ao padre progressista Albano (interpretado por Claudio Cavalcanti).

 

6 –  Betinho,Rainha da Sucata (clique aqui para ver cena)


Telenovela de Silvio Abreu exibida entre abril e outubro de 1990, Rainha da Sucata foi um dos grandes sucessos à época ao narrar a disputa entre a nova rica Maria do Carmo Pereira (Regina Duarte) que comprou o marido que na juventude a desprezava (Eduardo Figueiroas, interpretado por Tony Ramos), e a socialite decadente Laurinha, casada com Betinho, interpretado por Gracindo, cuja expressão recorrente quando se referia às atitudes da mulher, “coisas de Laurinha”, virou bordão nacional.


7 – Primo Rico, Balança Mas Não Cai (clique aqui para ver cena)


Entre os quadros de maior sucesso do programa humorístico Balança Mas Não Cai, criado pelo próprio Paulo Gracindo e Max Nunes para a Rádio Nacional nos anos 1950 que ganhou versão televisiva no final dos anos 1960, o Primo Rico e o Primo Pobre, em que Gracindo fazia o primo rico e Brandão Filho o pobre, tornou a figura de Gracindo popular em todo o país. 

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