Da Ufal para Amazon: laboratório da universidade vira celeiro de talentos contratados por gigantes de tecnologia
Rodrigo 17 de junho de 2025

O alagoano Gabriel Freitas, novo engenheiro de software da Amazon: atuação em projetos no Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) da Ufal foi decisiva para recrutamento na gigante do varejo
Aos 29 anos, o engenheiro civil alagoano Gabriel Carvalho Freitas (na foto acima) está de mudança para São Paulo.
Ele acaba de ser selecionado para atuar como engenheiro de software na sede da Amazon no Brasil, na capital paulista, após três anos atuando em projetos de alta complexidade para a Petrobras dentro do Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) da Ufal.
Gabriel não é o único egresso do laboratório da Ufal contratado recentemente por gigantes de tecnologia.
Em julho do ano passado, a própria Amazon já havia recrutado outro engenheiro que atuava no laboratório, Kim Rocha, assim como outros integrantes do LCCV de outras áreas foram recrutados por empresas como Mercado Livre (caso do analista de sistemas Diego Melo) ou de instituições financeiras globais como o Goldman Sachs (caso do alagoano formado em computação Bruno Melo).
“Acredito que a experiência no LCCV foi essencial pela chance de atuar em projetos de nível internacional que conectam universidade, pesquisa e mercado com maestria, o que abre portas para crescimento dentro e fora do laboratório”, diz o alagoano e novo engenheiro de software da Amazon, Gabriel Freitas. “Tenho convicção de que essa nova oportunidade é fruto desse trabalho coletivo, coordenado no LCCV pelo professor Eduardo Setton, que tem ajudado a projetar Alagoas no cenário nacional de pesquisa e desenvolvimento”.
Para o engenheiro e professor da Ufal Eduardo Setton, um dos fundadores e atual pesquisador-líder do laboratório, o papel do LCCV na formação de talentos tem sido uma constante desde a fundação, em 2006. “Muitos engenheiros que ocupam hoje cargos importantes na Petrobras e, mais recentemente, na Origem Energia (que assumiu as
unidades da Petrobras no Estado), saíram do LCCV”, diz Setton. “A diferença nas contratações recentes é que a sofisticação dos projetos do laboratório envolvendo sistemas de softwares e gestão têm despertado agora também a atenção de gigantes de tecnologia como a Amazon”.
Ainda de acordo com o professor, as contratações não deixam de representar um dilema para o laboratório. “Como líder de projetos do LCCV, sentimos, por um lado, a perda de talentos na equipe, mas nos sentimos também orgulhosos por ter ajudado na formação de profissionais que ganham projeção no mercado nacional”, diz Setton, reafirmando que um dos focos do laboratório, que já captou mais de R$ 170 milhões em projetos para a Ufal desde sua fundação, é o de continuar investindo na descoberta e formação de novos talentos. “Como sabemos que não temos como reter todos os talentos, nos mantemos focados na renovação da equipe que tem conseguido manter e elevar o padrão dos projetos para os nossos clientes”, diz o professor.