Livro resgata 15 obras que marcaram a arquitetura alagoana em mais de 50 anos; veja lista completa aqui

Rodrigo 11 de dezembro de 2025

Capa do livro “Alagoas e seu legado arquitetônico”, fruto da pesquisa dos arquitetos Tuanne Monteiro de Carvalho e Igor Sousa Peixoto (fotos acima): 15 obras que marcaram o Estado entre 1970 e 2022

Como selecionar 15 obras públicas, comerciais e institucionais que marcaram a arquitetura de Alagoas em um período de pouco mais de 50 anos (de 1970 a 2022)?

Esse foi o desafio lançado aos arquitetos e pesquisadores alagoanos formados pela Ufal, Igor Sousa Peixoto e Tuanne Monteiro de Carvalho (na foto acima), para o livro “Alagoas e seu legado arquitetônico”, obra assinada pela ID Cultural com 160 páginas, capa dura patrocinada pela construtora alagoana Engemat (por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet) que será lançado na manhã desta sexta na Associação Comercial.

Com prefácio do arquiteto alagoano Mário Aloísio, cujo escritório é autor de quatro das 15 obras selecionadas no livro (do Terminal Rodoviário João Paulo II ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, do Maceió Mar Hotel ao Anexo da Assembleia Legislativa), o livro faz também uma homenagem à trajetória de pioneiros da arquitetura. Entre eles está Zélia Maia Nobre, fundadora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Alagoas e autora do projeto do Alagoas Iate Clube (o “Alagoinha”, assinado em parceria com a arquiteta Edy Marreta). A obra, de 1970, abre o livro — cujas páginas finais destacam justamente o projeto do Marco dos Corais, erguido em 2022 sobre as ruínas do Alagoinha e assinado pelos arquitetos Tiago Angeli e Ricardo Leão (do escritório Angeli Leão), que transformaram o espaço em uma grande praça sobre o mar, criando um novo ponto de convívio e atração de turistas da capital.

“O projeto do livro nasceu do desejo de reconhecermos o trabalho de pioneiros e contemporâneos à frente de obras que mudaram Alagoas e da percepção de que precisamos valorizar mais o legado da arquitetura do Estado”, diz Luiza Brasileiro, diretora comercial da Aurus, selo premium da construtora Engemat, que destaca o apoio conjunto para a produção do livro de marcas locais como como B Design, Ibratin, Veletrica, Sebrae Alagoas, Hospital Memorial Ágape e Portobello Shopping.

Das 15 obras selecionadas no livro, cinco são de empreendimentos hoteleiros, sendo o primeiro a aparecer cronologicamente na lista o Hotel Alteza Jatiúca (1979), resort urbano que mudou o turismo em Maceió assinado pela arquiteta Glauce Botelho. Na década de 1980, aparece no livro o Praia Hotel Enseada (1985), com sua ousada fachada inclinada do projeto do arquiteto Mariano Teixeira, além do já citado Maceió Mar Hotel (do arquiteto Mário Aloisio, de 1989). Nos anos 1990, o destaque foi para o Hotel Salinas (1990), em Maragogi, do arquiteto Marcos Vieira – que transformou o destino em um dos mais conhecidos do Brasil. O hotel mais recente a aparecer no livro foi o Kenoa Resort (2009), na Barra de São Miguel, assinado por Osvaldo Tenório, cujo uso de materiais, cores e ambientação que alia sofisticação com identidade local fez o empreendimento entrar na lista dos melhores do mundo como exemplo de arquitetura “eco chic”.

Entre edifícios públicos, entraram na lista o Centro de Convenções Ruth Cardoso (2005), da arquiteta Raquel Loureiro, o Detran Alagoas, de Ovídio Pascual e Germana Pascual, o Complexo Cultural Teatro Deodoro, da arquiteta Marta Rúbia Guedes Nogueira, além de espaços abertos de convívio como o Corredor Vera Arruda, projeto de 2004 assinado por Tatiane Macedo, Rosa Tenório de Castro e Andréa Fonseca, e o também já citado Marco dos Corais.

Para os autores da pesquisa Igor Sousa Peixoto e Tuanne Monteiro de Carvalho, graduados e mestres em Arquitetura e Urbanismo pela Ufal (que atualmente fazem seus respectivos doutorados na área), a escolha foi feita com base não apenas na experiência dos autores, mas também com apoio de pesquisas e trabalhos acadêmicos que destacaram o impacto de tais construções no cenário alagoano. “Buscamos identificar projetos de uso coletivo que contribuíram para a arquitetura do Estado, seja por criarem tendências em estilos específicos, por se tornarem ícones paisagísticos, ou por apresentarem relevância no contexto cultural”, escreveram na apresentação.

Veja abaixo lista completa das 15 obras selecionadas:

Alagoas Iate Clube (Alagoinha, por Zélia Maia Nobre e Edy Marreta)